23 de abril de 2011

Poderíamos casar


Poderíamos casar. Não chegarímos sequer perto do exemplo de família perfeita. Teríamos um apartamento, quem sabe uma casa com jardim e um cão com pêlo brilhante. Improvável. Tomaríamos café as cinco da tarde. Você reclamaria o fato de eu ligar o chuveiro horas antes de ir para o banho. Eu, por você ter arranhado meu cd de jogo favorito. Eu não admitiria o quanto você fica bonito quando bravo e você não diria que lembra da cor do sapato que eu usei quando nos vimos pela primeira vez. Discordaríamos quanto a cor das cortinas. Não arrumaríamos a cama diariamente, beberíamos juntos em algum club no final de semana. A geladeira seria repleta de congelados e coca-cola, o armário, de porcarias. Adiaríamos o despertador umas trinta e duas vezes só para ficarmos horas na cama enrolando e falando qualquer besteira...
Você me ensinaria alguma coisa sobre futebol, e eu te convenceria a assistir aquele filme no cinema. Sentaríamos na sala de pijama e pantufas, você iria direto para o caderno de esportes no jornal e eu comentaria alguma notícia qualquer. Você saberia o nome do meu perfume, eu saberia onde você largou a última edição da revista de música. Sairíamos pra jantar em algum dia de chuva e não nos importariamos em chegarmos encharcados. Dormiríamos com o computador ligado. Nos beijaríamos no meio de alguma frase. Você pegaria no sono com a mão no meu cabelo e eu, escutando sua respiração. Eu riria sem motivo e você perguntaria porque, eu não responderia. Saberíamos. Poderíamos casar.
Beijos, Alana.

8 de abril de 2011

Quem sabe ele volte... um dia.


"E se ele pensa em você? Ele pode estar olhando as suas fotos. Neste exato momento. Porque não? Passou-se muito tempo. Detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça todas as coisas que você faz. Escondido. Sem deixar rastros, nem pistas. Talvez ele passe a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto você gostava disso. Ou percorra trajetos que eram seus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças, as boas. Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você. Todos os dias. E ainda assim preferir o silêncio. Ele pode reler suas mensagens, procurar o seu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as suas músicas, procurar a sua voz em outras vozes. Quem nos faz falta acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape. Talvez ele perceba que você faz falta. E diferença. De alguma forma, numa noite fria. Você não sabe. Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado verão em Paris. Talvez ele volte, ou não."
Beijos, Alana.

5 de março de 2011

Se ele estivesse aqui


Se ele estivesse aqui, lágrimas não estariam caíndo dos meus olhos neste exato momento. Eu teria motivos para encantar-me com o simples, para rir do habitual, e, principalmente, para ser feliz sem grandes esforços. Se ele estivesse aqui, dormiríamos abraçados, esperando o cair da noite e o nascer do sol, e estas insônias angustiantes não fariam mais parte das minhas noites. Se ele estivesse aqui, talvez eu sentisse menos apetite, talvez eu parasse de me alimentar frequentemente, exageradamente, na ânsia de preencher o vazio que a ausência dele me faz sentir. Se ele estivesse aqui, eu pararia de sair a noite, pois tudo o que eu desejaria encontrar lá fora encontrar-se-ia junto a mim, e todo o resto poderia ruir, explodir, deixar de existir, pois enquanto eu estivesse com ele sentiria-me entorpecida, extasiada, apaixonada. Se ele estivesse aqui, eu não precisaria de despertador, seus beijos e carícias serviriam para acordar-me, e por mais que eu necessitasse dormir adoraria acordar, só para vê-lo sorrindo ao meu lado, feliz, radiante, contente com a minha presença, e eu, sem entender como um ser tão sublime poderia admirar-me, o abraçaria, afagando seus cabelos, contemplando a beleza dele que a cada dia mais me prendia. Se ele estivesse aqui, certamente eu não escreveria tanto, não teria tempo para as palavras, porque a felicidade de tê-lo junto a mim me consumiria...Se ele estivesse aqui.

Beijos, Alana.

28 de fevereiro de 2011

Virtual


Virtual é diferente, ele não olha nos olhos, ele sente o coração. Ele não percebe minhas lágrimas, mas percebe o momento de me confortar. Ele não sorri, me faz sorrir! Ele não sabe, mais lhe procuro todas as noites, olho pra ele na expectativa de um sorriso, espero como a lua espera a noite que virá. Não importa como vem o importante é que venha. Não sei ao certo porque lhe escolhi como amigo, suas letras são iguais a de todos os outros, apenas suas palavras são firmes, fazem-me sentir bem e apesar da dura realidade da vida, eu sei que tenho com quem contar nos melhores e piores momentos! Escuto seu sorriso através do teclado, ouço seu coração através do meu coração. Nunca deixe de aparecer, pois só percebemos a real importância de alguém quando começamos a sentir sua falta, quando chamamos por todos e só ele vem, para te mostrar que embora virtual, é real.

Beijos, Alana.

31 de janeiro de 2011

Cuide do meu coração


Você partiu. Mais quer saber? Isso realmente não dói, porque você levou o meu coração, e sem ele, não posso sentir mais nada. Não que eu me importe com isso, pois o meu coração sempre será seu...e realmente, eu quero que você tenha uma lembrança minha. Quando alguém te magoar, quando alguém fizer suas lágrimas doces escorrerem por entre teus olhos, lembre-se desse coração que está contigo, e lembre-se a quem ele pertence. Não importo-me em aconselhar-te sobre outra garota, ou enxugar lágrimas que uma outra menina fez sair dos teus olhos calmos e tranqüilos...Eu realmente, só quero te ter ao meu lado ao menos um segundo, sentir o teu calor, e sentir tuas lágrimas escorrerem e poder dizer que eu estava lá para enxuga-las, e não para fazê-las cairem. Eu sei quanto é horrível a dor da decepção, por isso faço de tudo para que nenhum outro ser humano te decepcione, e que ninguém lhe faça sofrer. Louca? Masoquista? Posso até ser, por amar alguém que não me quer, por querer enxugar as lágrimas daquele que me fez chorar por dias e noites seguidas. Mais eu só quero lhe dizer que és o amor da minha vida, e que mesmo me fazendo sofrer, está com o meu coração e só quero que cuide bem dele. Minha alma implora por sua companhia, mesmo que sejamos apenas amigos. Isso vai doer...mais eu não vou sentir. Você vai curar todas as minhas dores, nem que eu ao menos as sinta, só cuidando bem do meu precioso coração.

Ele e ela


Ele elogiava todas,ela não ousava falar com ninguém.Ele adorava se gabar,ela guardava seus sentimentos para si.Ele saía todas as sextas,ela nunca tinha saído a noite.Ele era musculoso e sarado,ela era magra demais.Ele era falso e mentiroso,ela era verdadeira.Ele já tinha dilacerado muitos corações,ela nunca teve nem sequer a chance.Ele tinha um carro,ela andava a pé.Ele não largava o futebol,ela não largava os livros.Ele não amava ninguém,ela amava ele.Ele só queria curtir,ela queria um relacionamento sério e estável.Ele tinha um sobrenome importante,ela mal tinha um nome.Ele era filho de empresários,ela era filha de jardineiro.Ele vivia no mundo do dinheiro,ela vivia em outro mundo.Ele era popular e sedutor,ela era nerd e tímida.Eles eram completamente diferentes.Ele nunca notaria a existência dela.Ela se conformou.Mas aquele amor platônico,nunca acabou.
Beijos, Alana.

19 de janeiro de 2011

De repente você se dá conta


De repente você se dá conta de quantos caras há no mundo e de quantos deles podem ser seu namorado, de quantos podem te fazer sorrir. Pode ser qualquer um, não necessariamente aquele. De repente, você se dá conta, de que, com ou sem ele, o sol sempre nascerá e que às vezes haverá algumas pancadas de chuva que você precisa aguentar. De repente, você se dá conta de que conseguirá sorrindo mesmo se ele se for, que conseguirá gostar de livros, vinhos ou chocolates. De repente, você se dá conta de que ele não era exatamente legal e que não preenchia todos os quesitos de príncipe encantado. De repente você acorda, de um sonho ou de um pesadelo, e descobre que algumas pessoas entram na nossa vida apenas para lembrar que há outras na nossa vida e nós sequer havíamos notado. De repente, você percebe que alguém estava ali o tempo todo, mas que você estava ocupado demais para virar o pescoço e lançar-lhe um sorriso.
Beijos, Alana.
 
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